Cometi o infeliz erro de ler o primeiro volume de Fifty Shades of Grey, o famoso best-seller que colocou todas as donas de casa desesperadas e adolescentes com disfunções hormonais com vontade de encontrarem um milionário maníaco e sado-masoquista.
Tenho a dizer que, se foi a este estado que o nosso gosto literário (?) chegou, o nosso padrão para considerar um livro literatura atingiu mínimos históricos.
O texto não tem ponta por onde se lhe pegue, é uma das coisas mais insípidas que alguma vez li, com tanta coisa rídicula que não dá para começar a descrevê-las.
É pornografia baratucha disfarçada de romance, que apela apenas a pessoas com uma mente muito limitada e sem imaginação. Nem sequer como auxílio para a vida sexual de um casal que esteja a dar as últimas serve (provavelmente iriam acabar por se matar um ao outro - mais vale uma subscrição de uma das dezenas de canais de pornografia que existe).
A sério que não consigo compreender o entusiasmo nem com a triologia nem com o filme, que mais uma vez será um blockbusterzeco de Hollywood sem a mínima história, sem nenhum interesse, que vai servir apenas para colar uma geração de leitores e cinéfilos ao ecrã e desviá-los das dezenas de bons livros e filmes que existem todos os anos.
Quanto ao filme, existe uma única coisa positiva (que pelo menos apela ao pouco sentido nacionalista que me resta): aparentemente, o apartamento do senhor Christian Grey, no filme, está pejado de mobiliário português, o que prova uma vez mais que - dando oportunidade aos portugueses de provarem o que sabem a fazer - eles têm sucesso.
Em suma, depois da saga sobre vampiros brilhantes, lobisobens musculados e adolescentes humanas sem expressão facial (a saga Twilight), a próxima moda é a saga sobre milionários sado-masoquistas... Tenho medo de saber qual será a próxima tendência. Talvez um romance sobre o amor entre um stalker e uma vítima, com um bocadinho de síndrome de Estocolomo?
Para acabar, não tenham a infeliz ideia de ler esta coisa... Irão acabar desiludidos com o caminho que a humanidade está a tomar...
Deus me livre de ler isso, quanto mais de ver o filme! Que caca!
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