Muitas pessoas têm-me por antipático, fechado na minha concha, um pouco anti-social e por vezes um pouco pretensioso. Nem sempre fui assim, mas descobri que era a melhor forma de me proteger das expectativas que crio sobre os seres humanos, que usualmente acabam por me desiludir.
Como todos aqueles que me conhecem sabem, sou um pouco apegado aqueles que me rodeiam. Digamos que não gosto de estar sozinho, mesmo que o faça parecer. Apaixono-me com facilidade (seja por uma pessoa ou por uma ideia) e torno-me obcecado e protector com essa pessoa ou com essa ideia. Coloco as coisas num pedestal e não posso ouvir críticas (por mais fundamentadas que sejam), defendo com unhas e dentes aquilo que amo, ou melhor, aquilo que penso amar.
Invariavelmente, as pessoas acabam por me desiludir. Não que sejam más pessoas, não que tenham defeitos graves. Simplesmente porque seguem com a sua vida e muitas vezes não conseguem corresponder à imagem idealizada que eu, na minha estupidez, tinha criado delas.
Por isto, aprendi a criar um muro à minha volta. Para me proteger de desilusões e para proteger os outros das minhas obsessões. Não que não goste de pessoas, mas não quero acabar por me desiludir com expectativas demasiado elevadas. Tornei-me cínico ao ponto de não confiar em ninguém e abrir a minha alma às poucas almas desafortunadas em quem confio.
Ou então, não é nada disto e eu sou só parvo. Não sei, mas acho que perdi a vontade de me apaixonar. Acho que neste momento acredito apenas no tesão e não no amor. Talvez seja melhor assim.
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