Muitas pessoas têm-me por antipático, fechado na minha concha, um pouco anti-social e por vezes um pouco pretensioso. Nem sempre fui assim, mas descobri que era a melhor forma de me proteger das expectativas que crio sobre os seres humanos, que usualmente acabam por me desiludir.
Como todos aqueles que me conhecem sabem, sou um pouco apegado aqueles que me rodeiam. Digamos que não gosto de estar sozinho, mesmo que o faça parecer. Apaixono-me com facilidade (seja por uma pessoa ou por uma ideia) e torno-me obcecado e protector com essa pessoa ou com essa ideia. Coloco as coisas num pedestal e não posso ouvir críticas (por mais fundamentadas que sejam), defendo com unhas e dentes aquilo que amo, ou melhor, aquilo que penso amar.
Invariavelmente, as pessoas acabam por me desiludir. Não que sejam más pessoas, não que tenham defeitos graves. Simplesmente porque seguem com a sua vida e muitas vezes não conseguem corresponder à imagem idealizada que eu, na minha estupidez, tinha criado delas.
Por isto, aprendi a criar um muro à minha volta. Para me proteger de desilusões e para proteger os outros das minhas obsessões. Não que não goste de pessoas, mas não quero acabar por me desiludir com expectativas demasiado elevadas. Tornei-me cínico ao ponto de não confiar em ninguém e abrir a minha alma às poucas almas desafortunadas em quem confio.
Ou então, não é nada disto e eu sou só parvo. Não sei, mas acho que perdi a vontade de me apaixonar. Acho que neste momento acredito apenas no tesão e não no amor. Talvez seja melhor assim.
Postas de Pescada Fresquinhas, de um Gajo meio parvo ou a vida de um Idiota Romântico
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Google Translator ou porque vão ser sempre necessários tradutores humanos
Como todos já repararam, resovi começar a tratar desta minha casa de uma forma um pouco mais cuidada - estou a produzir mais, estou mais motivado para escrever, alguns fantasmas que me tinham impedido de o fazer desapareceram e o período de adaptação à minha nova pátria parece ter acabado - demorou um ano, mas cheguei lá.
Ao começar a ligar mais ao Gajo, resolvi utilizar algumas ferramentas do Google e do Blogger para tornar a experiência mais agradável (existe agora um contador de visitas - embora isso seja mais para o meu ego), o Gajo levou um subtítulo (parvo, como tudo neste blog) e uma página com as regras do tasco (está escondida, mas procurarem bem está lá).
A ferramenta que mais me agradou foi o tradutor automático de páginas. Já tinha utilizado o Google Translator antes, e para pequenos textos, funcionou razoavelmente bem. Este blog tem agora uma audiência um pouco mais internacional e achei que seria uma boa iniciativa da minha parte permitir aos três ou quatro leitores estrangeiros que agora fazem parte aqui do estaminé traduzirem os meus textos, porque não tenho tempo - nem capacidade - para escrever textos bilingues.
Portanto, todo contente, fui à página dos widgets do Blogger e seleccionei - cheio de esperança - o tradutor do Google. Para testar, traduzi a minha última posta de pescada. O resultado: das duas uma, ou o meu Português é extremamente complicado ou as pessoas que contribuiram para a tradução têm sérios problemas cognitivos. Por muito que se fale de tradução automatizada, leva-me a crer que os tradutores podem estar descansados quanto aos seus trabalhos por enquanto.
Já agora, pessoas que traduzirem este texto, eu escrevo um bocado melhor do que parece e não sou disléxico nem tenho problemas mentais.
Ao começar a ligar mais ao Gajo, resolvi utilizar algumas ferramentas do Google e do Blogger para tornar a experiência mais agradável (existe agora um contador de visitas - embora isso seja mais para o meu ego), o Gajo levou um subtítulo (parvo, como tudo neste blog) e uma página com as regras do tasco (está escondida, mas procurarem bem está lá).
A ferramenta que mais me agradou foi o tradutor automático de páginas. Já tinha utilizado o Google Translator antes, e para pequenos textos, funcionou razoavelmente bem. Este blog tem agora uma audiência um pouco mais internacional e achei que seria uma boa iniciativa da minha parte permitir aos três ou quatro leitores estrangeiros que agora fazem parte aqui do estaminé traduzirem os meus textos, porque não tenho tempo - nem capacidade - para escrever textos bilingues.
Portanto, todo contente, fui à página dos widgets do Blogger e seleccionei - cheio de esperança - o tradutor do Google. Para testar, traduzi a minha última posta de pescada. O resultado: das duas uma, ou o meu Português é extremamente complicado ou as pessoas que contribuiram para a tradução têm sérios problemas cognitivos. Por muito que se fale de tradução automatizada, leva-me a crer que os tradutores podem estar descansados quanto aos seus trabalhos por enquanto.
Já agora, pessoas que traduzirem este texto, eu escrevo um bocado melhor do que parece e não sou disléxico nem tenho problemas mentais.
Varoufakis e o cachecol da Burberrys ou a falta de argumentos
Yanis Varoufakis (grego: Γιάνης Βαρουφάκης) é o ministro da Finanças grego. O governo Syriza convidou-o para conduzir as díficeis negociações com a Europa, na esperança de conseguir um pouco de oxigénio para um país à beira da explosão social de novo. Ao contrário do que é comum nas políticas dos países da União Europeia, um economista de créditos firmados foi convidado para assumir o ministério relevante e está a provar ser uma melhor escolha do que a maior parte dos outros. Varoufakis é visto na Europa como uma lufada de ar fresco, com uma mentalidade menos ligada à austeridade e aos velhos do Restelo e mais virada para o crescimento económico e para o alívio das necessidades das partes mais desprotegidas da Europa. Ele não representa apenas a Grécia, representa todos os países (incluindo Portugal, por muito que o nosso primeiro ministro não queira) que foram levados à beira da destruição por uma política sem grande sentido de austeridade - não que ele defenda que a Grécia regresse aos maus hábitos anteriores (todos nós admitimos, incluindo os Gregos, que este país viveu muitos anos muito acima das possilbilidades), mas o que assusta os arautos da austeridade é que Varoufakis acusa quem devia acusar e quer cortar os privilégios a quem eles deviam ser cortados - aos monopólios, aos oligarcas, aos magnatas, aos políticos que fogem aos impostos - não aos pobres pensionistas que muitas vezes não têm sequer dinheiro para ir ao médico ou para pagar a electricidade.
Varoufakis, como disse, é um economista de créditos firmados - foi o autor de um livro sobre a crise global (The Global Minotaur), escreveu (com o antigo membro do parlamento inglês e professor convidado da Universidade de Coimbra Stuart Holland) um outro livro chamado A Modest Proposal - também sobre a crise económica, foi professor da Universidade de Sydney e é professor da Universidade de Atenas. Além disso - e, estranhamente, na altura não existiu nenhuma polémica, foi também conselheiro do antigo primeiro-ministro socialista (?) grego, George Papandreou. É consultor independente de uma das maiores companhias de jogos do mundo (Valve) e esteve envolvido numa das plataformas com mais sucesso de todos os tempos, que criou uma micro-economia com um motor completamente diferente (Steam). Embora se defina como marxista, é um marxismo diferente, sem tanta política e mais em versão económica. Por fim, tal como a maior parte dos ministros deste novo governo, não vem de uma família política.
Toda esta introdução para vos falar da última história que apareceu nos jornais de todo o mundo: Varoufakis foi a Bruxelas, a uma reunião para renegociar a economia grega e o plano de ajuda. Como disse acima, para tentar conseguir um pouco de oxigénio para o país. Varoufakis foi com uma mente aberta, com uma atitude conciliatória mas não subserviente, e apresentou os seus argumentos. De acordo com o estilo deste governo, escolheu uma forma de vestir nada pretensiosa e muito menos pomposa do que o típico governante. Apresentou os seus argumentos, que muitos outros economistas (incluindo portugueses) consideraram válidos e bem mais ponderados que o programa de austeridade. Estranhamente, os jornais e os críticos do centrão focaram-se apenas numa coisa: Varoufakis apareceu com um cachecol da Burberry's, um cachecol que custa usualmente quase 500 euros. Aparentemente, o ministro da economia Grego, que repito - é professor universitário e consultor de uma das maiores companhias de jogos do mundo e tem vários trabalhos publicados (livros dão royalties, lembram-se?), perdeu toda a sua credibilidade porque apareceu com uma peça de luxo. O senhor deveria ter ido para a reunião vestido como um mendigo, porque uma pessoa que se deu bem na vida (por mérito próprio) não tem voz para falar sobre aqueles que não têm tanta sorte! Varoufakis, embora não o tivesse que fazer - já que a vida pessoal dele e o que ganha (volto a repetir, por mérito próprio) é apenas com ele e ninguém tem nada a ver com isso - deu-se ao trabalho de responder no twitter a um dos indignados - "foi um presente da minha mulher 12 anos atrás. A sua curiosidade está satisfeita?".
Alguns "comentadores" portugueses, naqueles comentários de jornal, vieram também colocar por palavras a sua indignação. Chamaram-lhe esquerda caviar, hipócrita e aproveitaram para disparar mais umas farpas contra os gregos (pasme-se, não contra a Alemanha que os rouba, contra o governo português que vos carrega com austeridade ou contra o próprio governo grego anterior, que era tão subserviente como o português é actualmente - mas contra os preguiçosos (!) dos gregos). Ou seja, os comentadores do centro (PS e PSD) português aparentemente pensam que o governo português - que baixou ordenados, criou desemprego, faliu empresas e continua a lamber botas à senhora Merkel, está correcto e que o governo Grego, que defende os direitos do país, que luta pelo seu povo (e que, parecendo que não - como Francisco Louçã, com quem não simpatizo particularmente, disse e com toda a razão - representa também Portugal) é hipócrita. Porquê? Porque um ministro grego não apareceu vestido como um mendigo numa reunião Europeia e usou uma peça de luxo oferecida pela mulher. Vi até pessoas a exigirem a justificação de como ele conseguiu comprar o cachecol - portanto, um político (que também é professor universitário e autor) tem que guardar todas as facturas de tudo (incluindo de uma peça de roupa com 12 anos) porque no futuro, eventualmente, pode dar-se um shitstorm porque essa pessoa (que 12 anos atrás não fazia a mais pequena ideia que iria estar no Governo) resoveu usar uma peça de uma marca que é demasiado cara para ele. Seria engraçado se não fosse tão estúpido.
Eu digo: Força Varoufakis. Da próxima vez usa uma camisa Armani!
Nota: A imagem de Varoufakis foi retirada da Wikipedia. O autor e a página podem ser encontrados nesta ligação.
Varoufakis, como disse, é um economista de créditos firmados - foi o autor de um livro sobre a crise global (The Global Minotaur), escreveu (com o antigo membro do parlamento inglês e professor convidado da Universidade de Coimbra Stuart Holland) um outro livro chamado A Modest Proposal - também sobre a crise económica, foi professor da Universidade de Sydney e é professor da Universidade de Atenas. Além disso - e, estranhamente, na altura não existiu nenhuma polémica, foi também conselheiro do antigo primeiro-ministro socialista (?) grego, George Papandreou. É consultor independente de uma das maiores companhias de jogos do mundo (Valve) e esteve envolvido numa das plataformas com mais sucesso de todos os tempos, que criou uma micro-economia com um motor completamente diferente (Steam). Embora se defina como marxista, é um marxismo diferente, sem tanta política e mais em versão económica. Por fim, tal como a maior parte dos ministros deste novo governo, não vem de uma família política.
Toda esta introdução para vos falar da última história que apareceu nos jornais de todo o mundo: Varoufakis foi a Bruxelas, a uma reunião para renegociar a economia grega e o plano de ajuda. Como disse acima, para tentar conseguir um pouco de oxigénio para o país. Varoufakis foi com uma mente aberta, com uma atitude conciliatória mas não subserviente, e apresentou os seus argumentos. De acordo com o estilo deste governo, escolheu uma forma de vestir nada pretensiosa e muito menos pomposa do que o típico governante. Apresentou os seus argumentos, que muitos outros economistas (incluindo portugueses) consideraram válidos e bem mais ponderados que o programa de austeridade. Estranhamente, os jornais e os críticos do centrão focaram-se apenas numa coisa: Varoufakis apareceu com um cachecol da Burberry's, um cachecol que custa usualmente quase 500 euros. Aparentemente, o ministro da economia Grego, que repito - é professor universitário e consultor de uma das maiores companhias de jogos do mundo e tem vários trabalhos publicados (livros dão royalties, lembram-se?), perdeu toda a sua credibilidade porque apareceu com uma peça de luxo. O senhor deveria ter ido para a reunião vestido como um mendigo, porque uma pessoa que se deu bem na vida (por mérito próprio) não tem voz para falar sobre aqueles que não têm tanta sorte! Varoufakis, embora não o tivesse que fazer - já que a vida pessoal dele e o que ganha (volto a repetir, por mérito próprio) é apenas com ele e ninguém tem nada a ver com isso - deu-se ao trabalho de responder no twitter a um dos indignados - "foi um presente da minha mulher 12 anos atrás. A sua curiosidade está satisfeita?".
Alguns "comentadores" portugueses, naqueles comentários de jornal, vieram também colocar por palavras a sua indignação. Chamaram-lhe esquerda caviar, hipócrita e aproveitaram para disparar mais umas farpas contra os gregos (pasme-se, não contra a Alemanha que os rouba, contra o governo português que vos carrega com austeridade ou contra o próprio governo grego anterior, que era tão subserviente como o português é actualmente - mas contra os preguiçosos (!) dos gregos). Ou seja, os comentadores do centro (PS e PSD) português aparentemente pensam que o governo português - que baixou ordenados, criou desemprego, faliu empresas e continua a lamber botas à senhora Merkel, está correcto e que o governo Grego, que defende os direitos do país, que luta pelo seu povo (e que, parecendo que não - como Francisco Louçã, com quem não simpatizo particularmente, disse e com toda a razão - representa também Portugal) é hipócrita. Porquê? Porque um ministro grego não apareceu vestido como um mendigo numa reunião Europeia e usou uma peça de luxo oferecida pela mulher. Vi até pessoas a exigirem a justificação de como ele conseguiu comprar o cachecol - portanto, um político (que também é professor universitário e autor) tem que guardar todas as facturas de tudo (incluindo de uma peça de roupa com 12 anos) porque no futuro, eventualmente, pode dar-se um shitstorm porque essa pessoa (que 12 anos atrás não fazia a mais pequena ideia que iria estar no Governo) resoveu usar uma peça de uma marca que é demasiado cara para ele. Seria engraçado se não fosse tão estúpido.
Eu digo: Força Varoufakis. Da próxima vez usa uma camisa Armani!
Nota: A imagem de Varoufakis foi retirada da Wikipedia. O autor e a página podem ser encontrados nesta ligação.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Acusação aos energúmenos ou porque quase deixe de ver futebol
Gosto de futebol. A sério que gosto. Por muito idiota que seja para alguns a ideia de ver 90 minutos de 22 gajos a correr atrás de uma bola, o futebol tem beleza dentro dele. Tem paixão, tem uma aura de dramatismo, existe como um escape de todas as frustrações do dia a dia. Aqueles 90 minutos são um período em que não temos religião, não temos partido político, nos esqueçemos da troika e da crise que nos aperta e sufoca cada vez mais - naqueles 90 minutos temos um clube e glorificamos os gladiadores da era moderna que são os jogadores de futebol. Os cânticos, as bandeiras, a emoção do golo ou do penalty assinalado no último minuto dos descontos - é uma sensação que só quem gosta de futebol, sem ligar à equipa pela qual torce, pode sentir.
Depois existem os energúmenos, os broncos, os idiotas que acham que futebol é colocar em risco a vida dos adeptos que só querem ver um jogo. Existem os cânticos ofensivos, as tochas, as cargas policiais, o arremesso de cadeiras, as agressões, o queimar de estádios, o assassinato de adeptos com very lights, o rebentar de petardos, as declarações fascistas nas tarjas de algumas claques, o racismo. Este tipo de "gente" não gosta de futebol. São pobres diabos que não têm outra vida e precisam de chamar a atenção para si próprios, fazendo os outros de sacos de pancada. Este tipo de idiotas existe em todos os clubes e deviam ser impedidos de se chegar perto de um estádio.
Portanto, é para eles que este texto é: vocês não gostam de futebol. Vocês não, ao contrário do que reclamam, amam o vosso clube. Vocês não merecem chegar-se perto das instituições que dizem amar. Todas elas tiveram uma história muito longa sem que vocês existissem e vão continuar a ter quando, esperemos, desaparecerem. Por favor façam um favor a todos aqueles que gostam de futebol e atirem-se para o mesmo buraco de onde vieram. Todos nós ficaríamos muito agradecidos.
Vou continuar a ver futebol. Vou continuar a sofrer, a gritar golo, a amar o meu clube na vitória e na derrota. Mas não irei a nenhum estádio enquanto estes forem dominados por energúmenos e enquanto as direcções dos clubes nada fizerem para os afastar.
Depois existem os energúmenos, os broncos, os idiotas que acham que futebol é colocar em risco a vida dos adeptos que só querem ver um jogo. Existem os cânticos ofensivos, as tochas, as cargas policiais, o arremesso de cadeiras, as agressões, o queimar de estádios, o assassinato de adeptos com very lights, o rebentar de petardos, as declarações fascistas nas tarjas de algumas claques, o racismo. Este tipo de "gente" não gosta de futebol. São pobres diabos que não têm outra vida e precisam de chamar a atenção para si próprios, fazendo os outros de sacos de pancada. Este tipo de idiotas existe em todos os clubes e deviam ser impedidos de se chegar perto de um estádio.
Portanto, é para eles que este texto é: vocês não gostam de futebol. Vocês não, ao contrário do que reclamam, amam o vosso clube. Vocês não merecem chegar-se perto das instituições que dizem amar. Todas elas tiveram uma história muito longa sem que vocês existissem e vão continuar a ter quando, esperemos, desaparecerem. Por favor façam um favor a todos aqueles que gostam de futebol e atirem-se para o mesmo buraco de onde vieram. Todos nós ficaríamos muito agradecidos.
Vou continuar a ver futebol. Vou continuar a sofrer, a gritar golo, a amar o meu clube na vitória e na derrota. Mas não irei a nenhum estádio enquanto estes forem dominados por energúmenos e enquanto as direcções dos clubes nada fizerem para os afastar.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Sobre Ti
Conheci-te de forma fortuita, e preferia que isso nunca tivesse acontecido. Não porque te odeie, longe disso, mas porque ainda me fazes falta.
Todos os dias me lembro do teu sorriso, da tua forma de caminhar, dos teus pequenos tiques, das tuas pequenas neuras e depressões, dos teus (poucos) defeitos e das tuas qualidades.
Coloquei-te num patamar demasiado elevado, e, mesmo com todos os que me diziam que não era bem assim, recusei-me a tirar-te de lá. Afastei pessoas que nenhuma culpa tinham, fiz birras (sim, birras, não existe outro nome), fiquei tão obcecado pelo teu bem-estar que acabei por o colocar em causa. Nunca quis que isso acontecesse, mas nunca consegui ser racional quando se tratava de falar sobre ti, de te defender e mesmo de te atacar - o que sentia por ti era tão forte que me impedia de controlar o que fazia.
Disse muitas vezes que te amava, mas não sei se alguma vez isso aconteceu realmente. Era mais um sentimento de posse injustificada, uma percepção de injustiça que nunca aconteceu, uma amizade (ou amor) tão forte que tornou o ar em torno de nós impossível de respirar. Era uma relação doentia, mas que tu não fizeste porque acontecesse; cedia ao teu mínimo desejo, e corria que nem um cão sempre que fazias um gesto. Nunca me pediste que o fizesse, mas eu estava tão embrenhado no meu pequeno mundo que pensei que era recíproco. Claro que não era, porque tu eras uma pessoa normal e eu não estava em mim, construi castelos na areia que, obviamente, se desmoronaram um atrás do outro.
Ainda existe uma pequena parte do meu ser que tem esse tipo de comportamento quando se fala de ti. Existe uma voz cá dentro, que tento reprimir e calar constantemente, que me diz muitas vezes: talvez ela volte, talvez desta vez seja diferente, talvez desta vez tenhas uma hipótese, talvez algo tenha mudado, talvez tu te consigas controlar e ela mude de opinião - tudo parvoíces. O que está feito, feito está e não existe uma segunda oportunidade de causar boa impressão. Estraguei as hipóteses que nunca tive, e ao longo do tempo, fui abrindo cada vez mais a minha cova - ficou mais profunda, mais ampla e mais díficil de sair lá de dentro. Se aparecesses aqui ao meu lado agora, seria tudo igual. Irias apaixonar-te por alguém, eu iria odiar esse alguém (que nenhuma culpa teria), iria fazer tudo para que te corresse mal (por mais que te dissesse o contrário) e acabaríamos no mesmo sítio de onde partimos - no limbo, na relação doentia, mas com um fosso ainda mais fundo e comigo ainda mais destruído, as feridas seriam reabertas, iriam ser criadas novas e eu sangraria até que o meu cérebro não aguentasse mais e explodisse de novo, rebentando com tudo o que existe à minha volta.
Não sei o que me deu para pensar que te amava.Não sei se foi simples tesão (embora me digam o contrário, continuas a ser das mulheres que mais me atrai), não sei se foi atração pelo fruto proíbido (como sabia que nunca te poderia ter, tornei-te a mulher dos meus sonhos e pesadelos) ou se foi realmente amor (embora um amor distorcido, retorcido e fragmentado em pedaços de ódio). Sei que foram 5 anos da minha vida em que vivi para ti, pensei que te amava e te odiei muitas vezes (mais do que seria saudável). Acho que foi um caso de friend zone levado ao extremo, mas uma friend zone em que existia um amor filial da tua parte - eu era teu irmão, nunca me conseguiste ver de outra forma - tornei-me tão presente na tua vida que passei a fazer parte da família.
Lembras-te quando nos diziam que fazíamos um casal perfeito? Como ficavas envergonhada quando o diziam, te apressavas a desmentir e eu ficava com um ar magoado, por vezes à beira das lágrimas? Não me perguntes porque ficava assim, nunca me deste muitas esperanças e as que deste, foram porque interpretei mal o que querias dizer. Lembras-te quando nos diziam (e tu própria dizias) que tínhamos todas as nuances de um par de namorados, excepto as discussões e o sexo? Talvez tivesse sido melhor termos discutido mais, e de forma mais aberta - teria sido mais saudável. Talvez se assim tivesse sido, as coisas não tivessem explodido da forma que explodiram.
Não te vejo faz dois anos. Deixei de ter sinal de ti. No princípio, ainda tentei muitas vezes chamar por ti. Enviei-te mensagens, escrevi-te cartas, publiquei nas tuas redes sociais, perguntei a toda a gente por ti. Ainda te considerava a pessoa mais importante do mundo (pelo menos do meu mundo) e, embora estivesse habituado a perder pessoas de forma ainda mais permanente, não conseguia aceitar que o mesmo acontecesse contigo. Quando deixei Portugal, pensei sinceramente que ia ter notícias tuas. Na noite anterior à partida, não dormi à espera de uma mensagem, de um telefonema, de um convite para café - faria todo o caminho a pé, como tantas vezes fiz, para estar contigo uma última vez. Pedi, uma vez que nunca me respondeste, que te enviassem uma mensagem. Respondeste a essa mensagem, mas só a outras perguntas. Ignoraste o que te pedia. No aeroporto, antes da partida para a maior aventura da minha vida, quando me despedia dos meus pais, que sempre me deram tudo e me apoiaram em tudo (mesmo nas decisões mais estúpidas da minha vida), só pensava em ti. No caminho até ao terminal de embarque, olhei constantemente para o telemóvel sempre à espera que o teu nome aparecesse. No avião, antes da descolagem, esperei até ao último minuto que me enviasses uma despedida. Na escala que fiz, antes de ligar aos meus pais e à pessoa que se preocupou mais e incentivou a minha partida (um amigo comum, tu sabes quem ele é) procurei uma mensagem tua. Quando falei com ele, foi a primeira coisa que lhe perguntei - ela disse alguma coisa? Quando a resposta foi negativa, soube que nada mais seria o mesmo, e que tal como tinhas surgido, te tinhas desvanecido no ar. Sabes que terias sido a única pessoa capaz de me impedir de deixar a terra mãe? Bastava ter existido uma mensagem da tua parte, e tudo teria voltado à estaca zero. Mas, por muito que me tenha custado na altura, ainda bem que não o fizeste. Permitiu-me partir sem remorso.
Ainda penso em ti, ou não esteja eu a escrever este texto. Por muito que queira convencer-me que as coisas ficaram completamente para trás, seria uma mentira idiota. Resta-me saber viver com o teu nome tatuado no meu cérebro e esperar que não te ame de novo.
Nota: A pessoa retratada neste texto é ainda muito importante para mim (e penso que o irá ser sempre) e, embora pareça, não existe qualquer ressentimento da minha parte. Este texto é, ao mesmo tempo, um pedido de desculpas (onde quer que estejas, desculpa!) e um desabafo que explica coisas que, por cobardia, não fui capaz de explicar a essa pessoa na altura. Desculpem-me a tirada à drama queen, mas é a única forma que sei de exprimir sentimentos, por muito adolescentes e idiotas que eles sejam. Quando me apetecer, volto a coisas mais mundanas e menos pita histérica. Cheers!
Todos os dias me lembro do teu sorriso, da tua forma de caminhar, dos teus pequenos tiques, das tuas pequenas neuras e depressões, dos teus (poucos) defeitos e das tuas qualidades.
Coloquei-te num patamar demasiado elevado, e, mesmo com todos os que me diziam que não era bem assim, recusei-me a tirar-te de lá. Afastei pessoas que nenhuma culpa tinham, fiz birras (sim, birras, não existe outro nome), fiquei tão obcecado pelo teu bem-estar que acabei por o colocar em causa. Nunca quis que isso acontecesse, mas nunca consegui ser racional quando se tratava de falar sobre ti, de te defender e mesmo de te atacar - o que sentia por ti era tão forte que me impedia de controlar o que fazia.
Disse muitas vezes que te amava, mas não sei se alguma vez isso aconteceu realmente. Era mais um sentimento de posse injustificada, uma percepção de injustiça que nunca aconteceu, uma amizade (ou amor) tão forte que tornou o ar em torno de nós impossível de respirar. Era uma relação doentia, mas que tu não fizeste porque acontecesse; cedia ao teu mínimo desejo, e corria que nem um cão sempre que fazias um gesto. Nunca me pediste que o fizesse, mas eu estava tão embrenhado no meu pequeno mundo que pensei que era recíproco. Claro que não era, porque tu eras uma pessoa normal e eu não estava em mim, construi castelos na areia que, obviamente, se desmoronaram um atrás do outro.
Ainda existe uma pequena parte do meu ser que tem esse tipo de comportamento quando se fala de ti. Existe uma voz cá dentro, que tento reprimir e calar constantemente, que me diz muitas vezes: talvez ela volte, talvez desta vez seja diferente, talvez desta vez tenhas uma hipótese, talvez algo tenha mudado, talvez tu te consigas controlar e ela mude de opinião - tudo parvoíces. O que está feito, feito está e não existe uma segunda oportunidade de causar boa impressão. Estraguei as hipóteses que nunca tive, e ao longo do tempo, fui abrindo cada vez mais a minha cova - ficou mais profunda, mais ampla e mais díficil de sair lá de dentro. Se aparecesses aqui ao meu lado agora, seria tudo igual. Irias apaixonar-te por alguém, eu iria odiar esse alguém (que nenhuma culpa teria), iria fazer tudo para que te corresse mal (por mais que te dissesse o contrário) e acabaríamos no mesmo sítio de onde partimos - no limbo, na relação doentia, mas com um fosso ainda mais fundo e comigo ainda mais destruído, as feridas seriam reabertas, iriam ser criadas novas e eu sangraria até que o meu cérebro não aguentasse mais e explodisse de novo, rebentando com tudo o que existe à minha volta.
Não sei o que me deu para pensar que te amava.Não sei se foi simples tesão (embora me digam o contrário, continuas a ser das mulheres que mais me atrai), não sei se foi atração pelo fruto proíbido (como sabia que nunca te poderia ter, tornei-te a mulher dos meus sonhos e pesadelos) ou se foi realmente amor (embora um amor distorcido, retorcido e fragmentado em pedaços de ódio). Sei que foram 5 anos da minha vida em que vivi para ti, pensei que te amava e te odiei muitas vezes (mais do que seria saudável). Acho que foi um caso de friend zone levado ao extremo, mas uma friend zone em que existia um amor filial da tua parte - eu era teu irmão, nunca me conseguiste ver de outra forma - tornei-me tão presente na tua vida que passei a fazer parte da família.
Lembras-te quando nos diziam que fazíamos um casal perfeito? Como ficavas envergonhada quando o diziam, te apressavas a desmentir e eu ficava com um ar magoado, por vezes à beira das lágrimas? Não me perguntes porque ficava assim, nunca me deste muitas esperanças e as que deste, foram porque interpretei mal o que querias dizer. Lembras-te quando nos diziam (e tu própria dizias) que tínhamos todas as nuances de um par de namorados, excepto as discussões e o sexo? Talvez tivesse sido melhor termos discutido mais, e de forma mais aberta - teria sido mais saudável. Talvez se assim tivesse sido, as coisas não tivessem explodido da forma que explodiram.
Não te vejo faz dois anos. Deixei de ter sinal de ti. No princípio, ainda tentei muitas vezes chamar por ti. Enviei-te mensagens, escrevi-te cartas, publiquei nas tuas redes sociais, perguntei a toda a gente por ti. Ainda te considerava a pessoa mais importante do mundo (pelo menos do meu mundo) e, embora estivesse habituado a perder pessoas de forma ainda mais permanente, não conseguia aceitar que o mesmo acontecesse contigo. Quando deixei Portugal, pensei sinceramente que ia ter notícias tuas. Na noite anterior à partida, não dormi à espera de uma mensagem, de um telefonema, de um convite para café - faria todo o caminho a pé, como tantas vezes fiz, para estar contigo uma última vez. Pedi, uma vez que nunca me respondeste, que te enviassem uma mensagem. Respondeste a essa mensagem, mas só a outras perguntas. Ignoraste o que te pedia. No aeroporto, antes da partida para a maior aventura da minha vida, quando me despedia dos meus pais, que sempre me deram tudo e me apoiaram em tudo (mesmo nas decisões mais estúpidas da minha vida), só pensava em ti. No caminho até ao terminal de embarque, olhei constantemente para o telemóvel sempre à espera que o teu nome aparecesse. No avião, antes da descolagem, esperei até ao último minuto que me enviasses uma despedida. Na escala que fiz, antes de ligar aos meus pais e à pessoa que se preocupou mais e incentivou a minha partida (um amigo comum, tu sabes quem ele é) procurei uma mensagem tua. Quando falei com ele, foi a primeira coisa que lhe perguntei - ela disse alguma coisa? Quando a resposta foi negativa, soube que nada mais seria o mesmo, e que tal como tinhas surgido, te tinhas desvanecido no ar. Sabes que terias sido a única pessoa capaz de me impedir de deixar a terra mãe? Bastava ter existido uma mensagem da tua parte, e tudo teria voltado à estaca zero. Mas, por muito que me tenha custado na altura, ainda bem que não o fizeste. Permitiu-me partir sem remorso.
Ainda penso em ti, ou não esteja eu a escrever este texto. Por muito que queira convencer-me que as coisas ficaram completamente para trás, seria uma mentira idiota. Resta-me saber viver com o teu nome tatuado no meu cérebro e esperar que não te ame de novo.
Nota: A pessoa retratada neste texto é ainda muito importante para mim (e penso que o irá ser sempre) e, embora pareça, não existe qualquer ressentimento da minha parte. Este texto é, ao mesmo tempo, um pedido de desculpas (onde quer que estejas, desculpa!) e um desabafo que explica coisas que, por cobardia, não fui capaz de explicar a essa pessoa na altura. Desculpem-me a tirada à drama queen, mas é a única forma que sei de exprimir sentimentos, por muito adolescentes e idiotas que eles sejam. Quando me apetecer, volto a coisas mais mundanas e menos pita histérica. Cheers!
domingo, 8 de fevereiro de 2015
O Rídiculo das Avaliações
Existe algo, em Portugal, que me irrita profundamente. Embora não seja professor, esta pequena coisa que me irrita chama-se avaliação dos professores.
O argumento de quem defende a medida - temos que avaliar aqueles que avaliam os nossos filhos. Ou seja, o professor, aparentemente, não tem já competência suficiente para fazer aquilo para que se formou. Ao ver alguns pais a culparem os professores da idiotice dos filhos, compreende-se bem quem defende esta rídicula avaliação.
Conheço alguns professores, e quase todos fizeram cursos pré-bolonha, onde dedicaram 5 ou mais anos da sua vida a estudar, a preparar-se para esta carreira e que foram ensinados pelos melhores (e que, pasme-se, não tiveram avaliação!). Ou seja, estas pessoas, que estudaram durante uma boa parte das vidas, que sofreram, que fizeram sacríficios, que passaram noites sem dormir, que enfrentaram os nervos dos exames e das provas orais e que, no fim de tudo, pensaram que o pior tinha passado - e que se consideravam preparados para enfrentar o mercado de trabalho, as turmas de alunos, a pressão de corrigir testes.... afinal têm que ser avaliados de novo, porque existem alguém com tiques de ditadorzeco no Ministério da Educação.
Imaginemos que esta medida era aplicada a todas as profissões - portanto, sendo eu médico (não sou, apenas um exemplo) e tendo estudado 6/7 anos, mais a especialização e o internato, ao fim de alguns anos, teria que fazer mais uma avaliação para avaliar as minhas competências (e acreditem, olhando para muitos médicos que conheço, se isso acontecesse,perderiam a carteira profissional).
Apliquemos a medida aos Ministros do Governo - garanto-vos que em menos de 3 meses ficaríamos sem ninguém nos ministérios e o país ficaria ingovernável (ainda mais do que é atualmente). Vamos, já que estamos nisso, aplicar a avaliação apenas ao Ministro da Educação - não precisamos de uma avaliação específica - vamos aplicar-lhe exatamente o mesmo teste que aplicámos aos professores - será que o ministro se provaria qualificado para ocupar a posição que ocupa? Duvido...
Enfim, mais uma medida que é aplicada que não faz qualquer sentido... E passarmos o tempo que se perdeu a discutir isto a resolver problemas a sério do país? É só uma ideia, senhores do governo.
O argumento de quem defende a medida - temos que avaliar aqueles que avaliam os nossos filhos. Ou seja, o professor, aparentemente, não tem já competência suficiente para fazer aquilo para que se formou. Ao ver alguns pais a culparem os professores da idiotice dos filhos, compreende-se bem quem defende esta rídicula avaliação.
Conheço alguns professores, e quase todos fizeram cursos pré-bolonha, onde dedicaram 5 ou mais anos da sua vida a estudar, a preparar-se para esta carreira e que foram ensinados pelos melhores (e que, pasme-se, não tiveram avaliação!). Ou seja, estas pessoas, que estudaram durante uma boa parte das vidas, que sofreram, que fizeram sacríficios, que passaram noites sem dormir, que enfrentaram os nervos dos exames e das provas orais e que, no fim de tudo, pensaram que o pior tinha passado - e que se consideravam preparados para enfrentar o mercado de trabalho, as turmas de alunos, a pressão de corrigir testes.... afinal têm que ser avaliados de novo, porque existem alguém com tiques de ditadorzeco no Ministério da Educação.
Imaginemos que esta medida era aplicada a todas as profissões - portanto, sendo eu médico (não sou, apenas um exemplo) e tendo estudado 6/7 anos, mais a especialização e o internato, ao fim de alguns anos, teria que fazer mais uma avaliação para avaliar as minhas competências (e acreditem, olhando para muitos médicos que conheço, se isso acontecesse,perderiam a carteira profissional).
Apliquemos a medida aos Ministros do Governo - garanto-vos que em menos de 3 meses ficaríamos sem ninguém nos ministérios e o país ficaria ingovernável (ainda mais do que é atualmente). Vamos, já que estamos nisso, aplicar a avaliação apenas ao Ministro da Educação - não precisamos de uma avaliação específica - vamos aplicar-lhe exatamente o mesmo teste que aplicámos aos professores - será que o ministro se provaria qualificado para ocupar a posição que ocupa? Duvido...
Enfim, mais uma medida que é aplicada que não faz qualquer sentido... E passarmos o tempo que se perdeu a discutir isto a resolver problemas a sério do país? É só uma ideia, senhores do governo.
As Aventuras de Um Gajo Português em Atenas - Parte I
Viver num país em que não só a língua é diferente, como também o alfabeto, dá azo a algumas aventuras que não aconteceriam num país anglo-saxónico. A Grécia é um mundo à parte, uma mistura de mentalidade mediterrânica (ou seja, desorganizada) e alguns tiques americanizados, com mais uns toques de personalidade turca (mas não digam isso aos gregos).
Esta nova rúbrica vai descrever-vos algumas das minhas desventuras neste país.
A minha aventura de hoje nada teve de especial, mas demonstrou muito bem a costela otomana e árabe da Grécia.
Sendo Domingo, e estando eu a trabalhar num turno pela noite dentro hoje, tinha feito planos para dormir um pouco mais, para me preparar para as oito horas de irritação que em breve virão (e que continuarão o resto da semana). Deitei-me razoavelmente tarde ontem, convencido que hoje iria poder prolongar a minha viagem nos braços de Morfeu.
Infelizmente, os meus vizinhos tinham ideias bastante divergentes. Por volta das 10 da manhã, uma agradável (ler em tom irónico) música começou a ecoar na rua. Começou de forma bastante normal, com um volume aceitável, mas foi aumentando até que se me começou a assemelhar às trompas do Juízo Final. O género musical escolhido pelos meus vizinhos foi uma mistura de pimba Grego, com toques de dança do ventre e alguns hits de euro-dance traduzidos em Grego.
Quando este inusitado concerto acabou, e pensei que poderia finalmente ter mais alguns minutos de descanso, os cães que povam esta rua (juro que ainda não os consegui contar - entre os que são animais de estimação e os que, infelizmente, são cães de rua) resolveram começar numa desgarrada de latidos até agora. Naturalmente, não consegui dormir mais e dentro de algumas horas, irei arrastar-me género zombie para o meu local de trabalho, ficando assustado com qualquer latido e amaldiçoando os pobres animais que me arrancaram de forma tão cruel dos meus cobertores.
Esta nova rúbrica vai descrever-vos algumas das minhas desventuras neste país.
A minha aventura de hoje nada teve de especial, mas demonstrou muito bem a costela otomana e árabe da Grécia.
Sendo Domingo, e estando eu a trabalhar num turno pela noite dentro hoje, tinha feito planos para dormir um pouco mais, para me preparar para as oito horas de irritação que em breve virão (e que continuarão o resto da semana). Deitei-me razoavelmente tarde ontem, convencido que hoje iria poder prolongar a minha viagem nos braços de Morfeu.
Infelizmente, os meus vizinhos tinham ideias bastante divergentes. Por volta das 10 da manhã, uma agradável (ler em tom irónico) música começou a ecoar na rua. Começou de forma bastante normal, com um volume aceitável, mas foi aumentando até que se me começou a assemelhar às trompas do Juízo Final. O género musical escolhido pelos meus vizinhos foi uma mistura de pimba Grego, com toques de dança do ventre e alguns hits de euro-dance traduzidos em Grego.
Quando este inusitado concerto acabou, e pensei que poderia finalmente ter mais alguns minutos de descanso, os cães que povam esta rua (juro que ainda não os consegui contar - entre os que são animais de estimação e os que, infelizmente, são cães de rua) resolveram começar numa desgarrada de latidos até agora. Naturalmente, não consegui dormir mais e dentro de algumas horas, irei arrastar-me género zombie para o meu local de trabalho, ficando assustado com qualquer latido e amaldiçoando os pobres animais que me arrancaram de forma tão cruel dos meus cobertores.
Fifty Shades of Grey - Um Desabafo
Cometi o infeliz erro de ler o primeiro volume de Fifty Shades of Grey, o famoso best-seller que colocou todas as donas de casa desesperadas e adolescentes com disfunções hormonais com vontade de encontrarem um milionário maníaco e sado-masoquista.
Tenho a dizer que, se foi a este estado que o nosso gosto literário (?) chegou, o nosso padrão para considerar um livro literatura atingiu mínimos históricos.
O texto não tem ponta por onde se lhe pegue, é uma das coisas mais insípidas que alguma vez li, com tanta coisa rídicula que não dá para começar a descrevê-las.
É pornografia baratucha disfarçada de romance, que apela apenas a pessoas com uma mente muito limitada e sem imaginação. Nem sequer como auxílio para a vida sexual de um casal que esteja a dar as últimas serve (provavelmente iriam acabar por se matar um ao outro - mais vale uma subscrição de uma das dezenas de canais de pornografia que existe).
A sério que não consigo compreender o entusiasmo nem com a triologia nem com o filme, que mais uma vez será um blockbusterzeco de Hollywood sem a mínima história, sem nenhum interesse, que vai servir apenas para colar uma geração de leitores e cinéfilos ao ecrã e desviá-los das dezenas de bons livros e filmes que existem todos os anos.
Quanto ao filme, existe uma única coisa positiva (que pelo menos apela ao pouco sentido nacionalista que me resta): aparentemente, o apartamento do senhor Christian Grey, no filme, está pejado de mobiliário português, o que prova uma vez mais que - dando oportunidade aos portugueses de provarem o que sabem a fazer - eles têm sucesso.
Em suma, depois da saga sobre vampiros brilhantes, lobisobens musculados e adolescentes humanas sem expressão facial (a saga Twilight), a próxima moda é a saga sobre milionários sado-masoquistas... Tenho medo de saber qual será a próxima tendência. Talvez um romance sobre o amor entre um stalker e uma vítima, com um bocadinho de síndrome de Estocolomo?
Para acabar, não tenham a infeliz ideia de ler esta coisa... Irão acabar desiludidos com o caminho que a humanidade está a tomar...
Tenho a dizer que, se foi a este estado que o nosso gosto literário (?) chegou, o nosso padrão para considerar um livro literatura atingiu mínimos históricos.
O texto não tem ponta por onde se lhe pegue, é uma das coisas mais insípidas que alguma vez li, com tanta coisa rídicula que não dá para começar a descrevê-las.
É pornografia baratucha disfarçada de romance, que apela apenas a pessoas com uma mente muito limitada e sem imaginação. Nem sequer como auxílio para a vida sexual de um casal que esteja a dar as últimas serve (provavelmente iriam acabar por se matar um ao outro - mais vale uma subscrição de uma das dezenas de canais de pornografia que existe).
A sério que não consigo compreender o entusiasmo nem com a triologia nem com o filme, que mais uma vez será um blockbusterzeco de Hollywood sem a mínima história, sem nenhum interesse, que vai servir apenas para colar uma geração de leitores e cinéfilos ao ecrã e desviá-los das dezenas de bons livros e filmes que existem todos os anos.
Quanto ao filme, existe uma única coisa positiva (que pelo menos apela ao pouco sentido nacionalista que me resta): aparentemente, o apartamento do senhor Christian Grey, no filme, está pejado de mobiliário português, o que prova uma vez mais que - dando oportunidade aos portugueses de provarem o que sabem a fazer - eles têm sucesso.
Em suma, depois da saga sobre vampiros brilhantes, lobisobens musculados e adolescentes humanas sem expressão facial (a saga Twilight), a próxima moda é a saga sobre milionários sado-masoquistas... Tenho medo de saber qual será a próxima tendência. Talvez um romance sobre o amor entre um stalker e uma vítima, com um bocadinho de síndrome de Estocolomo?
Para acabar, não tenham a infeliz ideia de ler esta coisa... Irão acabar desiludidos com o caminho que a humanidade está a tomar...
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Coisas De Gajo I
Atenção: segue-se uma declaração de amor a três produtos específicos. Um gajo têm que se mimar, embora a carteira sofra com isso. Passemos ao que interessa:
Eu tenho uma combinação muito infeliz na cara (para além da própria cara): uma barba que parece palha de aço sobre uma pele que é extremamente sensível aos terríveis razor burns e àqueles cortes irritantes que deixam a pele vermelha e mal tratada. Até hoje, não tinha experimentado nenhum produto que resolvesse isso (e acreditem, já experimentei muitos). Até hoje, que chegou uma coisa da qual tinha lido boas críticas e que resolvi experimentar. Meus caros, resultou de uma forma brilhante e, finalmente, não tenho um único corte na cara: o produto chama-se Bluebeard's Revenge Pre-Shave Oil e resolveu, numa só aplicação, o tal problema que me perseguia. Outra coisa que me agrada: não tem parabenos, não é testado em animais, é feito com igredientes vegan-friendly e tem um aroma bem agradável. O senão: não é exactamente barato.
Passando ao segundo pecado que cometi hoje... A minha pele é sensível não só na cara. Logo, não me dou muito bem com gel de banho e champô de supermercado. Usualmente, fico com irritações e manchas do género "onça pintalgada que depois se maquilhou com crayolas enquanto completamente embriagada" pelo corpo todo. Portanto, farto desta irritante combinação, resolvi investigar numa marca que não conhecia, mas que aparentemente é semi-orgânica e têm menos produtos químicos que as outras. Investi algo mais do que o costume e encomendei Crabtree and Evelyn Sandalwood Hair and Body Wash. E pela segunda vez, o investimento resultou. Nada de manchas e de irritação. Vale a pena investir um pouco mais, aparentemente.
Terceira coisa... Homem que é homem tem que cheirar bem. Cheirar a cavalo é para broncos machistas que não têm amor próprio... Logo, comprei o meu amado Armani Code como pefume. Este não foi um salto de fé, já sabia que gostava. Mas gosto de publicitar descaradamente as coisas que gosto, portanto aí está!
Eu tenho uma combinação muito infeliz na cara (para além da própria cara): uma barba que parece palha de aço sobre uma pele que é extremamente sensível aos terríveis razor burns e àqueles cortes irritantes que deixam a pele vermelha e mal tratada. Até hoje, não tinha experimentado nenhum produto que resolvesse isso (e acreditem, já experimentei muitos). Até hoje, que chegou uma coisa da qual tinha lido boas críticas e que resolvi experimentar. Meus caros, resultou de uma forma brilhante e, finalmente, não tenho um único corte na cara: o produto chama-se Bluebeard's Revenge Pre-Shave Oil e resolveu, numa só aplicação, o tal problema que me perseguia. Outra coisa que me agrada: não tem parabenos, não é testado em animais, é feito com igredientes vegan-friendly e tem um aroma bem agradável. O senão: não é exactamente barato.
Passando ao segundo pecado que cometi hoje... A minha pele é sensível não só na cara. Logo, não me dou muito bem com gel de banho e champô de supermercado. Usualmente, fico com irritações e manchas do género "onça pintalgada que depois se maquilhou com crayolas enquanto completamente embriagada" pelo corpo todo. Portanto, farto desta irritante combinação, resolvi investigar numa marca que não conhecia, mas que aparentemente é semi-orgânica e têm menos produtos químicos que as outras. Investi algo mais do que o costume e encomendei Crabtree and Evelyn Sandalwood Hair and Body Wash. E pela segunda vez, o investimento resultou. Nada de manchas e de irritação. Vale a pena investir um pouco mais, aparentemente.
Terceira coisa... Homem que é homem tem que cheirar bem. Cheirar a cavalo é para broncos machistas que não têm amor próprio... Logo, comprei o meu amado Armani Code como pefume. Este não foi um salto de fé, já sabia que gostava. Mas gosto de publicitar descaradamente as coisas que gosto, portanto aí está!
The Bluebeards Revenge Pre-Shave Oil 125ml
€13,59 em feelunique.com
Crabtree and Evelyn Sandalwood Hair and Shower Gel 300ml
€14,59 em feelunique.com
Penso que o Armani Code dispensa fotografia!
Juro que amanhã volto aos artigos sérios.
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