Detesto pessoas perfeitas. Odeio seres humanos que não são seres humanos normais, que não possuem defeitos, que fazem tudo de acordo com o que está certo. Parece que lhes deram um manual ao nascimento a dizer exactamente como deviam caminhar pela vida. Não existem encruzilhadas no seu caminho. A vida dessas pessoas é como uma auto-estrada, mas daquelas tremendamente bem tratadas que nos levam a cidades sem cara, sem personalidade.
Não gosto de livros acabados ou de literatura light. Gosto de pessoas com páginas em branco, com complexidade e que me pareçam desafios. Gosto de pessoas que sejam livros abertos, mas que estejam escritas numa qualquer língua à muito esquecida.
Gosto de um pouco de drama. Gosto que exista um feeling de tragédia grega a pairar sobre mim a quase todos os momentos. Gosto de pessoas que gritam, que se zangam, que dizem asneiras e que cometem erros. Gosto de pessoas vivas, não de moscas mortas que passam pelo meu caminho como zombies e que não me motivam nem me fazem sentir útil.
Não gosto de pessoas finalizadas. Gosto de pessoas que sejam projectos em curso, que me possam moldar ao mesmo tempo que são um pouco moldadas por mim. Acho que todos nós somos um pouco dos outros, que somos como um puzzle de muitos milhares de peças que se vão juntando ao longo do tempo.
Acho que as pessoas que se acham perfeitas, são sem dúvida, as piores. A perfeição não faz sentido, é o objectivo que nos faz querer ser melhores sempre. E quando achamos que já terminamos a viagem, isto perde toda a piada.
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