Translate This Blog (at your own risk)

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Risos

Apetece-me fazer-te rir. Não preciso de mais nada para ser feliz. Não preciso de declarações de amor, não preciso que me digas vais ficar para sempre, não preciso sequer de um abraço. Não é necessário sequer que fales. Não preciso que olhes para mim nos olhos, não preciso que me dês a mão. Não preciso também que estejas aqui. Preciso do teu sorriso.
Quero ouvir-te rir, sem te preocupares se é certo ou errado. Quero que o teu corpo estremeça, que não te consigas controlar, quero que me aches a pessoa mais ridícula do mundo, quero que penses que a minha vida é uma comédia, quero que te sintas no meio de um estranho filme mudo, cheio de parvoíce e de ternura. 
Não te quero ao meu lado. Não sou bom nisso. Não sei dizer que te amo, não te sei fazer sentir especial. Nunca saberei. Ficarei feliz se souber que a tua vida teve alguns sorrisos a mais por minha causa. Nem sequer nisso sou muito bom. Tenho que tirar a ferros do meu interior, das minhas fraquezas, as pequenas histórias que fazem rir toda a gente. Mas mesmo que toda a gente ria às gargalhadas, se a tua face ficar na mesma, se a tua barriga não doer de tanto rir, foi tudo em vão.
Historietas baseadas em factos verdadeiros, que humilham todos os dias. A verdade é que a comédia baseada na auto-depreciação não passa de uma defesa. Não quero que vejas para dentro de mim, para a realidade que vai por aqui. Não quero que entendas o que se passa na minha cabeça. Quero fazer-te rir, apenas.

sábado, 10 de maio de 2014

Dúvidas

O que se passa? Quem és tu afinal? Ou melhor, quem somos nós? Impressões que ficam e não passam, cigarros apagados, cervejas meio bebidas, cama desarrumada, alma destruída.
Perco-me aqui, aos poucos. Inebrio-me nos teus olhos, mas no entanto não consigo olhar para eles. És um poema ou uma canção de ódio, és um fim ou um começo? És aurora ou escuridão, és um anjo ou és podridão? Não sei, já não sei nada.
Afundo-me. Grito por algo diferente, mas acabo por fazer tudo igual. Os mesmos erros, o mesmo silêncio, o mesmo desespero. O local muda, os intervenientes mudam, eu não. Sou o mesmo, profeta da desgraça, arauto da solidão.
A mesma espiral de sentimentos desfeitos, as mesmas frases repetidas até à exaustão. A mesma escrita tortuosa, os mesmos vícios, a mesma falta de vontade. O mesmo marasmo. Estou farto e não estou farto. Estou prestes a terminar e quero sempre mais. 
Morro aos poucos, ficando vivo sempre e conseguindo ver tudo. Pairo sobre mim. Experiência extra-sensorial.
O que sou eu? O que és tu? Não sei. E sinceramente, não sei se quero saber.

domingo, 20 de abril de 2014

Not Again

Não existes. És algo etéreo, inexistente, que paira na minha vida.
Algo diferente, inalcançável, que se cola a mim como uma segunda pele. És a minha verdade e ao mesmo tempo a minha dor. Nunca estás aqui, e estás sempre presente.
Seringa de felicidade, arco-iris de emoções contraditórias. O que és tu, como é que surgiste aqui?
Procuro por ti, mas não te quero encontrar, fazes-me falta mas cada vez que estou contigo, morro mais um pouco.
És a serpente que me chama ao pecado, ao mesmo tempo que me afastas de tudo o que é mau.
Os teus olhos protegem-me e ferem ao mesmo tempo. Feridas de amor ou ódio, é isso que não sei.
Cigarros, cerveja, discussões. Línguas diferentes, emoções iguais, afastas-te ao mesmo tempo que te aproximas, andas para longe e ficas cada vez mais perto.
Jurei que nunca mais me sentiria assim. A sério que estava confiante desta vez isto não ia acontecer. Sangue, suor e lágrimas. Quem sou eu e o que és tu?