O mundo está de pernas para o ar, e as pessoas continuam a pensar que está tudo bem.
Consumismo está em níveis históricos, elegemos bestas para nos governar e somos terríveis uns para os outros.
Estamos no meio de um evento de magnitude global que nunca pensámos ver na nossa vida. E o que fazemos? Damos milhões ou biliões a milionários que passam este período resguardados nas suas mansões, em vez de abraçarmos (ou pelo menos abraçar virtualmente) quem amamos e viver mais.
Trabalhamos da mesma forma, embora em locais diferentes,
para gastar o dinheiro nas empresas dos nossos senhores feudais. Gastamos dinheiro NAS MESMAS EMPRESAS que nos escravizam, em vez de nos revoltarmos contra elas.
E quando queremos descarregar as nossas frustrações? Descarregamos em assalariados como nós e não naqueles que estão nas sombras.
Primeiro queriamos uma vacina. A vacina chega. Agora chegou cedo de mais. Queixamos-nos da falta de médicos, da falta de enfermeiros.
Mas em vez de doarmos o nosso dinheiro a causas, gastamos em prendas para pessoas que talvez nem gostamos, para parecer bem.
Em geral, o que esta pandemia me ensinou é que a mentalidade de rebanho não muda mesmo num evento que ameaça toda a humanidade.
Que a pobreza de espírito não muda. Que o ódio não desaparece. O vírus não ataca neurónios porque -aparentemente – 99% de nós não os temos.
Somos uma anémona que mexe. Melancias com ansiedade. Seres multi-celulares que atacam outros seres multi-celulares pelas coisas mais idiotas.
Enfim, o mundo está de pernas para o ar. Mas nada mudou.